1. |
Ciranda
07:28
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É debaixo da terra
No silêncio do chão
Onde não é superfície
O olho não enxerga não
É no fundo do peito
Junto do coração
Onde não é superfície
O olho não enxerga não
Mas ela tá lá...
Na espreita ela espera, a dor
Mais bonita mais singela, a flor
Vem a chuva clarear
Faz a terra estremecer
Tira ela pra dançar
Germinar eu quero ver
E já vai chegar, e já vai chegar
Então o olho verá...
Árvore que dá o fruto
Num processo tão bonito
Do fruto nasce a semente
E assim se repete o ciclo
Ciclo onde o dinheiro é nada
Lá quem manda é o mistério
Voz de fora mercenária
Inventa a semente estéril
Diz que a vida é linha reta
E que não para de subir
Quem perde o bonde do progresso
Não terá espaço aqui
E bem no fundo lá no fundo
Onde mora o coração
Até mesmo a cidade
Dona rica e poderosa
Tem saudade lá da roça
Tem saudade do sertão
E quando o sertanejo toca
Na viola o seu lamento
Longe avoa o pensamento
Fundo bate o sentimento e
Dentro do apartamento
A cidade tem vontade de chorar
Viola da minha vida
Viola da minha história
Viola da minha terra
Viola da minha memória oiá
Árvore que dá o fruto
Num processo tão bonito
Do fruto nasce a semente
E assim se repete o ciclo...
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2. |
Pedras e Sonhos
05:09
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Bota a cara lá fora e me conta o que o teu olho escolhe ver
Olha pra dentro agora e lembra do que convém esquecer
Corre por que aí vem ela - A VERDADE!
Quem tem medo dela?
Vem pra te lembrar
Tranca a porta e a janela - A VERDADE!
Quem se esconde dela?
Sai da tua gaiola, me diz agora o que você vê
Sente na pele e chora, tarde demais pra esquecer
Corre porque aí vem ela - LIBERDADE!
Quem tem medo dela?
Vem pra te lembrar
Arromba a porta e a janela - LIBERDADE!
Quem se esconde dela?
Pedras são sonhos na mão, voam na imensidão
Ideias que ganham vida e criam asas
Voam na imensidão, meus sonhos minha canção
Pedras e sonhos são nossas únicas armas
Pedras são sonhos na mão
Flores que brotam, brotam do chão
Se as pedras não voam os sonhos são em vão
Em tempos de escuridão, o sol se põe
Mas se um dia as pedras cantam…
Se um dia as pedras cantam…
Se cantam as pedras os sonhos dançarão
E eu quero ver quem vai dançar!
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3. |
Retrato Fadado
04:01
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Passo a passo
passa o tempo
pouco a pouco
morto por dentro
Eu me vendo
triste enfado
pelo menos
quem dá mais
Sem sentido
eu me vendo
sigo cego
nessa dança sem fim
a disfarçar
de dó em dó
sempre numa nota só
a distorcer
de sol a sol
obrigado a pagar pra ver
sem querer desprezar
não muda nada afinal
quis não ver desandar
o tempo vai socorrer
desfazer
disparar
desprazer
dispensar
desmentir
desvendar
Passo a passo
eu me rendo
sem escolha
tudo concedo
Desalmado
eu me rendo
força bruta a laborar
Eu me rendo
e teço em mil nós
minha história
falsa dança
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4. |
Santos Dumont
04:27
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Você ensinou o homem a voar
Ah! Mas que ingênua ilusão...
Santos Dumont inventou o avião
para voar feito um passarinho
Ele queria tirar seus pés do chão,
tentar fugir desse mundo tão mesquinho
Mais vale um pássaro voando do que dois na mão
Do alto do céu é mais fácil compreender o chão
Deixa ele voar...
Não há batalha o inimigo eu não consigo ver
A morte chove de repente, ninguém pode prever
Voa pra esquecer...
A tecnologia evolui com a guerra
Já não interessam mais os ataques por terra
Graças ao avião cidades são destruídas com um aperto de um botão
Quem vence a guerra já não suja mais a mão!
Santos Dumont inventou o avião
para voar feito um passarinho
Ele queria tirar seus pés do chão...
Vocâ ensinou o homem a voar
Que ingênua ilusão!
Porque Deus não deu asas à cobra agora você sabe então...
Voa no espaço infinito, ninguém pode ouvir seu grito de culpa e frustração
Ah! Se eu pudesse entender...
Infelizmente...
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5. |
Os Assaltimbancos
06:52
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Dóceis animais! Dóceis animais!
Não mais! Não mais!
Doces serviçais, não reconhecerás!
Era uma vez e ainda é
Uma velha história, uma nova cara
Os mesmos barões que mais uma vez irão ficar de cabelo em pé!
A gata, a galinha, o jumento e o cachorro
Resgatam memórias que pedem socorro
Máscaras em nome de uma só voz
E no mundo dizem que são tantos como somos nós
O peso da terra, o preço da guerra, quem é que carrega?
Fidelidade à nossa raiva, faz-se certeza nossa missão
Aos saltos, de banco em banco
Desapropriando a riqueza essa mesa vai virar
Trazendo o sonho pra vida real
Tomando de assalto a cidade ideal
Algo na luz dessa lua junta minha vida com a tua
Um grito trancado no peito por tantas correntes
Das contas correntes quer se soltar
Enquanto dorme a cidade, silencioso é o combate
A estranha senhora hoje nossa será
Nessa serenata toda bicharada vingada irá cantar
Ao menor sinal de perigo, me alcança a mão meu amigo
Corre para a rua e olha para a lua
Tua dor é minha, minha dor é tua!
Todos juntos somos fortes
Somos flecha e somos arco
Todos nós no mesmo barco
Não há nada a temer
E no mundo dizem que são tantos como somos nós
Atenção! Atenção!
Grande é a tensão na pensão do barão
Se a gente canta em coro é mais forte o som da nossa voz
ATENÇÃO! ATENÇÃO!
GRANDE É A TENSÃO NA PENSÃO DO BARÃO
E NO MUNDO DIZEM QUE SÃO TANTOS COMO SOMOS
ANÔNIMOS ANIMAIS, ÀS SUAS ORDENS NUNCA MAIS! ANÔNIMOS ANIMAIS!
E no mundo dizem que são tantos como somos nós
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6. |
Trova do Vento que Passa
03:09
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Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
e o vento nada me diz
Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
Há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa
E mesmo na noite mais triste
em tempos de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não
A cantiga é uma arma
e eu não sabia
tudo depende da bala e da pontaria
tudo depende da raiva e da alegria
a cantiga é uma arma e eu não sabia
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El Efecto Rio De Janeiro, Brazil
El Efecto is a sextet created in 2002 in Rio de Janeiro, Brazil, from the desire to
compose songs based on the most
different kinds of musical influences and the interest
in taking part in the debates about conflicts in modern social life.
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